No passado mês de junho, realizou-se na Exposalão, Batalha, a feira Stone, um importante evento do setor da pedra natural e recursos naturais, que acontece habitualmente de dois em dois anos.
O certame, dedicado ao setor de máquinas, ferramentas e acessórios, pavimentos e revestimentos para a construção civil, pretendia promover o setor da pedra natural em toda a sua abrangência, com a apresentação dos mais variados tipos de rochas ornamentais (calcários, mármores e granitos) nas suas diferentes formas. Apresentando-se também como uma importante plataforma de networking e um ponto de encontro para os profissionais da área.
Feira Stone, na Exposalão Batalha.
A edição deste ano ficou marcada, para além da habitual exposição, pela realização de diversos momentos de partilha e debate sobre temas da atualidade como: Pacto Verde e os desafios para a indústria, inovação e tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo. Contando ainda com a realização do Stone Challenge – Concurso Nacional de Empreendedorismo, no qual jovens empreendedores apresentaram as suas ideias de negócio a empresários e investidores, por forma a poderem potenciar ou dar início ao seu negócio.
A EngeObras esteve lá e falou com algumas das empresas participantes, viu as suas novidades e registou o balanço que fazem da feira. De uma forma geral, todas as empresas consideram que iniciativas como esta são importantes não só porque promovem o networking entre empresas e o seu ecossistema, como também servem o propósito de apresentar novas tecnologias e novos produtos.
Presente no evento, Célia Marques, vice-presidente executiva da Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assimagra), comentou que esta feira “é uma referência do setor da pedra natural na Península Ibérica e de extrema importância para o crescimento e vitalidade do setor”, frisando, no entanto, que “é fulcral envolver mais empresas e visitantes internacionais”.
Pedro Gaspar, diretor comercial da Ascendum, admite que a feira respondeu às expectativas da empresa: “Sendo uma feira de âmbito nacional deu-nos a oportunidade de estar junto dos nossos clientes e parceiros, tal como acontece no dia a dia da nossa atividade. Foram quatro dias repletos de reencontros e novas oportunidades”.
Por seu lado, João Lopes, da Blumaq, relatou-nos um “balanço da feira muito positivo”, acrescentado que o evento “serviu para vermos caras que não víamos há muito tempo”. O responsável referiu ainda que, “apesar dos tempos difíceis que atravessamos globalmente, há um otimismo por parte dos nossos clientes em continuar a progredir e isso será bom para nós”.
Para a Fravizel, esta “edição da Stone foi bastante positiva”. Reforçaram ainda que a realização do evento na região centro, onde o negócio da pedra pulsa, foi uma mais valia importante e “permitiu o reencontro com os nossos clientes e parceiros do setor”.
Para Jorge Passos, gerente da Dima, o balanço que fazem é positivo, referindo que lhes “permitiu fazer a divulgação de equipamentos industriais, que foram uma surpresa para muitos visitantes/ clientes, constituindo para muitos um motivo de interesse que se traduziu em pedidos de propostas e demonstrações”.
Para além das sinergias criadas no decurso da feira, o principal foco dos expositores esteve na área de exposição, com a maioria dos expositores a aproveitar o evento para lançar novos equipamentos, materiais e serviços destinados à extração e processamento de pedra natural.
Segundo nos relatou Pedro Gaspar, a Ascendum aproveitou a Stone para apresentar, pela primeira vez num certame da especialidade, a marca Metso Outotec. Em exposição, esteve um britador de maxilas móvel sobre rastos Metso Lokotrack LT96 e uma escavadora de rastos Volvo EC380E para aplicação em pedreiras.
Máquina de perfuração Victoria da Fravizel.
Também a Fravizel apresentou na feira uma novidade, a sua denominada ‘linha mobile’, “desenvolvida a pensar em soluções mais eficientes (produção e energia), composta por máquinas de fio (Electra) e perfuração (Victoria)”. A empresa explicou-nos que estas “são máquinas híbridas, focadas no aumento da eficiência energética, totalmente autónomas, comandadas à distância, e com a vantagem de adaptação a qualquer tipo de pedreira, frente de trabalho, de bancada e de bloco”. Acrescentaram ainda que “estes novos equipamentos foram projetados para revolucionar a extração de recursos minerais, promovendo a sustentabilidade social, económica e ambiental”.
Como novidade face à última edição da feira, a Blumaq anunciou a criação de uma oficina para a reparação de máquinas industriais.
Canhões de projeção de água pulverizada para controlo de poeiras da WLT, no stand Dima.
Já a Dima, centrou a sua participação na apresentação de quatro produtos principais, segundo nos relatou Jorge Passos: Máquina de Lavar Rodados de Camiões (fabrico próprio) DimaWash; Canhões de projeção de água pulverizada para controlo de poeiras (da representada WLT); Equipamentos móveis para montar em maquinas de movimentação de terras, tais como: Baldes Britadores de RCD’s, resíduos de pedra e pedra natural, Baldes Desagregadores de terras, Fresadoras, Baldes de Crivagem e Pinças para movimentação de materiais (da representada MB); Crivos móveis de dimensão mini e média, transportáveis. De acordo com o responsável, “estes equipamentos estão inseridos numa perspetiva de reciclagem e economia circular, permitindo às empresas geradoras de resíduos de inertes ou RCD’s terem soluções imediatas e no terreno ao pé de obra, reduzindo dimensões, poupando no transporte e reutilizando os materiais ou vendendo-os, gerando assim uma mais valia do resíduo”.
Numa nota final, a Assimagra revelou que estão a “trabalhar num futuro com muitas novidades e detalhes”. Célia Marques lembrou que “neste momento, está a decorrer a exposição ‘Primeira Pedra’ no Museu Nacional do Coches, em Lisboa, aberta ao público até ao dia 25 de setembro. Nesta exposição o público português e internacional vai poder conhecer o conjunto das mais de 70 obras produzidas em pedra portuguesa pela respetiva indústria de extração e transformação nacional. Ao longo dos últimos sete anos, este material português, sustentável e de grande importância, foi a matéria de criação para 36 autores – arquitetos, designers e artistas – de 15 nacionalidades diferentes”.
Terminou dizendo que, nesta edição da Stone, sentiram falta de ‘players’ muito importantes para o setor e, se queremos um setor forte, temos de vencer em conjunto este desafio de mobilizarmos mais empresas na próxima edição. No que concerne à organização é necessário apostar mais na promoção desta iniciativa e dar mais recursos às empresas participantes”.
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Engeobras - Informação para a Indústria de Construção Civil, Obras Públicas e setor mineiro