“O mercado de aluguer de equipamentos tem vindo a crescer, pois permite às empresas ajustar os custos a cada uma das obras em que participam”
De visita à edição deste ano da feira Stone Ibérica, que se realizou entre os dias 22 a 24 de junho, na Exposalão, Batalha, a EngeObras falou com Paulo Ribeiro, gestor comercial de uma das principais marcas de maquinaria e acessórios para a indústria de mineração e extração de pedra: a STET. No mercado há mais de 60 anos, a representante da Caterpillar aposta na proximidade aos seus parceiros e conta com equipamentos cada vez mais autónomos e sustentáveis o que, segundo Paulo Ribeiro, a coloca "na linha da frente do mercado".
A Stone sempre foi muito significativa para a STET, quer por se tratar de uma feira especialmente dedicada à indústria extrativa, quer pela localização geográfica. A zona centro do País tem uma indústria extrativa muito importante e, por isso mesmo, é uma área em que apostamos fortemente. A presença na feira permite-nos estreitar laços com os parceiros que temos na região, convidando-os a conhecer os nossos equipamentos mais recentes.
Sim, temos vindo a participar ao longo dos anos. A edição do ano passado tinha um enquadramento diferente e, por isso, não participámos. Este ano, a dimensão ibérica que nos foi apresentada foi decisiva para voltamos a estar cá, e com uma presença muito forte.
Trouxemos uma escavadora dedicada à indústria da pedreira, a Cat 340, de 40 toneladas. É uma das que destacamos da nossa gama para este setor e que está muito bem implementada entre os nossos parceiros. Esta escavadora tem característica muito próprias, por exemplo, por ser mais elevada, minimiza o impacto com as pedras no carregamento.
Trouxemos também uma pá carregadora Cat 966, desenvolvida para trabalhar no carregamento de terras e indústria extrativa no geral ou apenas no manuseamento de blocos.
Além disso, apresentámos equipamentos da nossa representada Sandvik, destinados à reciclagem dos detritos originados na atividade de britagem e também muito usados na indústria da demolição, que hoje é algo obrigatório.
Eu noto que os empresários da indústria têm tido uma perspetiva muito concreta daquilo que pretendem. Vejo que muitos deles já percebem a mais-valia do produto e, além da extração da matéria-prima, têm vindo a investir para entregar ao cliente final um produto trabalhado, com muito maior valor acrescentado. Portanto, acredito efetivamente que, quer o setor, quer o próprio País, tem um grande potencial ainda por explorar.
Notamos um ligeiro desacelerar no último trimestre, em virtude, talvez, de alguma incerteza que possa ter acontecido a nível político. Nós estamos muito associados a grandes obras e a indecisão, ou o atraso na decisão de grandes obras como o aeroporto têm, naturalmente, impacto neste mercado.
Felizmente, grande parte das empresas de obras públicas são multifacetadas, e como o País não é muito grande, vão-se ajustando ao tipo de obras que existem. Realmente, a atividade nas empreitadas de obras propriamente ditas não está muito dinâmica, mas, em compensação, temos várias empreitadas de pavimentação e de ferrovia em curso.
Resumindo, notamos que, na prática, há alguma ocupação, mas simultaneamente algum receio dos empresários em realizar investimentos perante um futuro um pouco incerto.
Sim, bastante. Um pouco por tudo o que referi anteriormente. O aluguer é algo que, de alguma maneira, permite às empresas controlar de forma mais efetiva o opex que vão tendo, o que lhes permite ajustar os custos a cada uma das obras. E, se têm picos, podem facilmente solicitar mais uma máquina ou duas em regime de aluguer. Em oposição, se fizerem aquisição dos equipamentos ficam com um custo mais elevado para rentabilizar. Este serviço consegue oferecer alguma versatilidade e flexibilidade aos proprietários.
Sim, têm vindo a desenvolver-se bastante. Diria que estamos, naturalmente, na linha da frente. É feito um grande investimento anual em investigação e desenvolvimento por parte da Caterpillar e, por isso, conseguimos fornecer aos nossos parceiros, através desta dinâmica da tecnologia, soluções que conseguem ser cada vez mais eficazes e eficientes no trabalho que realizam.
Temos vindo a aplicar muito o que nós chamamos de 'operação 3D'. Hoje, as máquinas quase conseguem operar de forma autónoma, apenas necessitamos de as instruir com as métricas base e elas fazem a escavação com a profundidade que se pretende. Já não existe um desperdício de tempo e de combustível, por escavar de mais ou de menos. Por estarem equipados com balanças, os equipamentos conseguem ir ao pormenor de saber quantos baldes precisam de encher para carregar um camião. Está tudo muito mais facilitado, sempre na perspetiva de uma maior eficácia de operação.
A sustentabilidade dos equipamentos é algo que vos preocupa?
Naturalmente que sim, é algo que nos preocupa, embora atualmente os equipamentos já estejam a ser produzidos com grande quantidade de materiais que permitem reciclagem, principalmente os elementos com origem na indústria metalúrgica. Esta é uma das bases da estratégia para a redução dos gases de efeitos de estufa e é uma das preocupações que a Caterpillar tem vindo a manifestar. A STET, enquanto parceira da Caterpillar, manifesta igualmente essa preocupação.
O elétrico ainda não está tão implementado como seria de esperar. Acreditamos que também por virtude das dúvidas que têm surgido sobre se as motorizações deverão ser elétricas ou a hidrogénio. Há uma série de questões em torno desse tema, mas tem havido desenvolvimentos nesse sentido. Está para muito breve o lançamento de máquinas Caterpillar já totalmente elétricas. Atualmente dispomos de sistemas híbridos, que a nível de consumo garantem uma poupança de 30 a 35% por hora, o que nos coloca, como referi anteriormente, na linha da frente do mercado.
Acredito que, na transição de gerações, se possa verificar um aumento de presença na exportação. Já existem muitas empresas a trabalhar, e bem, o mercado de exportação, pelo que me parece que muitas outras empresas vão seguir este caminho. Que, para mim, é o caminho a seguir.
A Caterpillar irá lançar em breve máquinas totalmente elétricas
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Engeobras - Informação para a Indústria de Construção Civil, Obras Públicas e setor mineiro